Dissertação de mestrado – Leo Vinicius Maia Liberato

Uma Universidade Crítica ou Funcional. As Propostas e a Política Atual para a Universidade Brasileira.

RESUMO

A Universidade tem sido há oito séculos uma instituição na qual uma noção de autonomia e a produção e difusão de um saber se encontram inextricalvemente indissociáveis dela. No entanto esta autonomia e as condições específicas desta instituição para construção de um saber crítico sempre se viram diante de obstáculos e ameaças, sejam vindas da Comuna, do Estado, da Igreja ou de outros poderes instituídos que em geral a pressionam de modo a torná-la funcional à ordem na qual eles se insere e mantém. No atual cenário da economia mundializada o Banca Mundial tem sido a instituição que direciona uma política que procura modelar as universidades públicas como empresas privadas, funcionalizando-as, ampliando o espaço de um saber-fazer (instrumental) e diminuindo o espaço para um saber crítico, utilizando-se para tanto de mecanismos não repressivos. Política esta que possui sua base teórica na economia neoclássica e que encontra homologia na política e na legislação recente do governo federal para o ensino superior (ambas analisadas). Se analisadas as propostas, posições e projetos para universidade brasileira vindos do movimento estudantil, do sindicato dos docentes, do sindicato dos funcionários técnico-administrativos e das mantenedoras de universidades privadas observa-se que, de forma geral, embora haja uma vontade de se contrapor às propostas do Banco Mundial e da política do governo federal, não há uma coerência interna das propostas em favor de uma universidade essencialmente crítica e não funcional.