Dissertação de mestrado – Alexandre Vieira

Mercosul como Idéia de América Latina. Políticas Culturais e Integração no Cone Sul.

RESUMO

Enquanto um estratégia que parte de Estados Nacionais consolidados, o Mercosul promete ser uma resposta articulada à um momento de reorganização do conceito de Estado Nação, que vêm sendo questionado por conta de fenômenos globais que forçam a diluição de fronteiras e conseqüente abertura de mercado para os capitais transnacionais, tutelados por uma lógivca de governo global. Para tanto, valem-se de prerrogativas inéditas, se enfocada a história das políticas de integração que envolvem os estados parte. A partir de 1992, são lançadas as bases para a constituição do que hoje denomina-se Mercosul Cultural, que é o responsável pelas políticas culturais empregadas pelo acordo. A idéia básica é contribuir para a coesão de povos e de identidades culturais, com vistas a formação de uma lógica voltada para a coalizão de setores sociais e políticos, tão necessário em momentos de decisão. Pelo menos em dois momentos da história de constituição do acordo nos interessa avaliar o modo como essa lógica foi utilizada. O momento em que foram tomadas posições conjuntas contrárias a proposição de constituição imediata do Acordo de Livre Comércio das Américas – ALCA, na IIª Cúpula das Américas realizada em Santiago no Chile abril de 1998. O segundo momento é definido a partir da suspensão temporária das negociações, em julhode 1999, em decorrência do agravamento da crise dos modelos econômicos empregados, sobretudo, pelo Brasil e a Argentina. De um lado, temos um quadro real de coalizão social e política capaz de promover a idéia de um Mercosul forte o suficiente para ser capaz de realizar o ideal de integração da América Latina. De outro temos um acordo tão fragmentado e frágil que a sua idéia se resume apenas à uma fração do que realmente é, preciso quando nem mesmo governos/empresários, governos/governos e empresários/empresários se entendem.