Em andamento – Graduação

Condições de trabalho de profissionais de enfermagem
Profª. Drª. Thais Lapa |  Alice Braibante Kaspary |  Carla Fernanda Zanata Soares

A despeito de ter sido considerado essencial (por meio de decretos federais) durante a pandemia de Covid 19, o trabalho de profissionais de saúde como os da enfermagem no Brasil não parece ter tido nenhum tipo de medida de proteção, valorização ou reconhecimento institucional pelas gestões governamentais – desde o âmbito municipal até o federal. Pesquisas têm apontado o quanto esta valorização foi demonstrada em diversas regiões do país muito mais de modo simbólico, na forma de homenagens, como agradecimentos por meio de palmas, atribuindo-lhes heroísmo.

Com o desdobramento da pandemia e o acúmulo de insatisfações de enfermeiras/os e técnicas/os em enfermagem com a falta de recursos para trabalhar e com a permanência de sua desvalorização, a contestação do atributo de “heroísmo” passou a figurar em diversas manifestações que passaram a ocorrer no país – entre elas a adesão a uma greve, em Florianópolis. Tendo em consideração que o trabalho na enfermagem era, já desde antes da pandemia que se iniciou em 2020, uma atividade fundamentalmente feminina (mais de 80%) e desvalorizada – percebendo salários médios próximos a um mínimo em certas regiões e sem um piso nacional, e que certas fragilidades em direitos e proteções já vinham acometendo a categoria desde a Reforma Trabalhista de 2017, considera-se que a análise de suas condições de trabalho desde a pandemia tende a revelar um cenário de piora de uma situação já frágil, atravessada por uma conjunção de fatores. Isso significa que o cenário de crise sanitária será articulado com o de crise econômica e política no qual o país já se encontrava em anos recentes e com a histórica divisão sexual desigual do trabalho neste segmento profissional, para que se contextualize a situação de trabalhadores/as em enfermagem desde a pandemia.

Assim, o objetivo desta pesquisa é duplo: (i) caracterizar as condições de trabalho de profissionais da enfermagem (enfermeiros/as e técnicos/as) desde o espraiamento da Covid 19 e suas variantes, notadamente no que se refere a aumentos de carga de trabalho, de intensificação decorrente de defasagem de equipes sem a devida recomposição, e (ii) identificar os processos de construção de identidade profissional e coletiva em um sentido político e reivindicativo (sujeitos coletivos) que possibilitaram a deflagração de greve dos servidores e servidoras municipais de Florianópolis com importante adesão de profissionais da saúde, observando-se em especial o perfil e as formas de participação dos que atuam na enfermagem.


“Iguais ou Diferentes?” Perfis e Trajetórias de universitários “cotistas” nas carreiras de Medicina e de Pedagogia da UFSC
Prof. Dr. Eduardo Vilar Bonaldi | Luan Viricimo

Esse projeto articula um exercício de pesquisa documental à condução de entrevistas em profundidade com o intuito de, primeiro, acompanhar e reconstruir como noções sobre identidades, estilos de vida e propensões políticas são construídas e circuladas por um fonte documental amplamente consumida pelas classes médias brasileiras, isto é, a Revista VEJA, cujo acervo digital (de 1968 a 2016) constitui o objeto desse exercício de pesquisa documental.

Ademais, como o projeto também se interessa em observar de que modos essas noções sobre classe média seriam (ou, eventualmente, não) incorporadas e expressas por indivíduos e famílias que tendem a reivindicar tal estatuto identitário, o projeto também abrange a realização de entrevistas em profundidade com indivíduos (inicialmente, nas cidades de São Paulo e de Florianópolis) selecionados a partir de inserções ocupacionais tipicamente associadas à identidade e aos estilos de vida de classe média de acordo com a literatura, nacional e internacional, especializada no tema.