Experiências de Ensino de Sociologia: Metodologia e Materiais Didáticos

Por Fernando Ponte de Sousa, Valcionir Corrêa e Liamara T. Fornari

I – INTRODUÇÃO
Boa parte das discussões voltadas à melhoria da qualidade de ensino na universidade não tem considerado um aspecto vital: a visão integrada compreendendo a educação como totalidade.
Parece até que a preocupação com o Ensino Médio é de menor importância, porque não confere o prestígio dos estudos mais avançados, como a pós-graduação, na divulgação e reconhecimento acadêmico e profissional.
A despeito, entretanto, das dificuldades provenientes das insuficiências orçamentárias e de disponibilidade de pessoal, é possível apontar outra perspectiva: a melhoria da qualidade de ensino articulando não só ensino e pesquisa, mas também os diferentes níveis, em especial o ensino médio com o ensino universitário.
Neste sentido, uma iniciativa pioneira está se desenvolvendo em Santa Catarina, a partir dos encontros de professores de Sociologia e de Filosofia, da UFSC, com professores da rede estadual de Ensino Médio. Começou como um projeto do Laboratório de Sociologia do Trabalho – LASTRO (www.cfh.ufsc.br/~lastro), e agora conta com a participação do Núcleo de Estudos e Atividades de Filosofia no Ensino Médio – NEAFEM, com o apoio do departamento de Sociologia e Ciência Política,  do departamento de Filosofia e dos respectivos colegiados, além do Colégio de Aplicação e do Centro de Educação da UFSC.
O projeto teve seu início em reunião promovida em dezembro de 2002, pelo LASTRO, com professores de Sociologia na rede pública, objetivando apresentar a biblioteca digital do CFH e envolver os professores na sua manutenção e no desenvolvimento de conteúdos voltados ao ensino médio.
Nas primeiras reuniões, ainda com um pequeno grupo de professores (as) os problemas abordados foram muitos: currículo, acervo e conteúdo, grade curricular, qualificação, condições de trabalho. Tudo como uma desvalorização do ensino de sociologia e das humanidades como um todo. Considerando a inexistência de reuniões entre os professores (as) de Sociologia (muitos sem formação específica da área), foi decidida a realização de um seminário de âmbito municipal, que possibilitasse o início de uma integração entre os professores (as) de Sociologia.
Embora sem apoio da Secretaria de Educação na gestão do governo Amin, foi este governador que manteve a obrigatoriedade do ensino de sociologia em Santa Catarina, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso vetava projeto aprovado.
O relato do I Seminário Regional de Sociologia no Ensino Médio expressa seus resultados, como uma iniciativa necessária e prática que possibilitou que os professores(as) de ensino médio e da universidade, bem como alunos do curso de Ciências Sociais, tivessem nesta reunião nova oportunidade de abordar seus problemas e suas propostas,  com uma visão de conjunto.
Neste seminário, entre outras, duas propostas práticas foram elaboradas: 1) A realização de um seminário de âmbito estadual, pois as questões levantadas envolviam toda a  rede estadual; 2) A criação de um laboratório que possibilitasse alguma articulação entre ensino e pesquisa, bem como entre os professores e alunos do ensino médio e da universidade, contando, para isso, com os recursos necessários.
Nos dias 26 e 27 de junho de 2003, em Itapema/SC, foi realizado o I Seminário Estadual de Ensino de Filosofia e Sociologia,  consagrando,  em muitos aspectos,  avanços importantes com relação ao seminário anterior; primeiro: contou com a expressiva participação dos professores(as) de Filosofia, a partir da atuação do NEAFAM , que então assumiu a coordenação com o LASTRO, com os professores do Colégio Aplicação e com o pessoal da Secretaria de Educação, agora sob a gestão do professor Jacó Anderle, ex-professor do então departamento de Ciências Sociais da UFSC. Segundo: contou com a expressiva participação de professores(as) de praticamente todas as regiões do estado. O resumo, com as proposições principais deste seminário, consta na segunda parte deste artigo, como uma condensação dos relatórios dos dois seminários aqui referidos.
Também neste seminário, deu-se  outro importante passo:  a assinatura do convênio entre a UFSC e a Secretaria do Estado de Educação, para implantação do Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia – LEFIS (www.chf.ufsc.br/~lastro/lefis), cujos objetivos constam na terceira parte desta matéria.
Resumidamente, cabe destacar agora a importância deste projeto, como um conjunto de iniciativas que objetivam abrir caminhos para a melhoria da qualidade de ensino no ensino médio e na universidade. O percurso vai depender da continuidade da participação que agora precisa ser ampliada, dependendo dos professores da rede estadual, da Secretaria de Educação, dos departamentos de Sociologia e Ciência Política e de Filosofia, do Colégio de Aplicação, do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, do Centro de Educação e da Pró-reitoria de Graduação da UFSC.
Sabemos também da responsabilidade que envolve tamanho desafio, em que  mais dois aspectos devem ser  também assumidos. Primeiro, é preciso entender esta iniciativa como mais ampla, não restrita a eventuais corporativismos dos sociólogos ou filósofos. Compreender a necessidade da participação das Ciências Sociais, quando será imprescindível a discussão da inserção da Antropologia no ensino médio, como um esforço de valorização do ensino das humanidades. Segundo, é possível agora situar a superação dos resíduos de estereótipos acadêmicos que poderiam avaliar o ensino médio e mesmo a graduação como sendo de menor importância. O apoio do Departamento de Sociologia e Ciência Política, do Colegiado do curso de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, foi valioso e torna-se agora vital para a continuidade das propostas já encaminhadas.

II – SEMINÁRIO ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA: PROPOSTAS
O I Seminário Estadual de Ensino de Filosofia e Sociologia ocorreu nos dias 26 e 27 de junho de 2003, na cidade de Itapema/SC. A realização do mesmo contou com a iniciativa do Laboratório de Sociologia do Trabalho, do Departamento de Sociologia e Ciência Política e do Departamento de Filosofia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, do Departamento de Metodologia de Ensino e do Colégio de Aplicação do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina e da Gerência de Ensino Médio da Diretoria de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação e Informação do Governo do Estado de Santa Catarina.
O I Seminário Regional de Sociologia no Ensino Médio reuniu,  na UFSC, em dezembro de 2002, oitenta e seis professores de Sociologia que atuavam na Rede Estadual de Ensino, na região da Grande Florianópolis. Na oportunidade, evidenciaram-se os problemas que decorriam da prática dos professores, e que foram relatados com ênfase e interesse pela busca de soluções.
Entre tantas dificuldades encontradas no cotidiano escolar, foram frisadas as seguintes: a falta de bibliografia para apoio pedagógico; o reduzido número de aulas; a falta de professores habilitados atuando na rede estadual (muitos professores aprovados em concurso e não contratados pela Secretaria de Educação); a necessária formação continuada dos professores não licenciados em Ciências Sociais e que ministram Sociologia e, também, Filosofia [1]; cursos de capacitação de professores, entre outros. Diante dessa realidade, apontou-se para um novo encontro,  envolvendo os professores de todo o Estado.
Constatadas as dificuldades, foi elaborado um documento com as reivindicações e sugestões dos professores, que foi entregue à Secretaria de Educação e Informação do Estado. Esta Secretaria imediatamente se dispôs a realizar,  com a UFSC,  o I Seminário Estadual de Ensino de Filosofia e Sociologia, bem como criar o Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia (LEFIS), com o objetivo de produzir material didático e promover a capacitação continuada dos professores que atuam nas disciplinas de Filosofia e Sociologia. Esse Laboratório será tratado como um projeto-piloto no campo da formação docente,  que se ampliará no futuro para as outras disciplinas de ciências humanas, quiçá para as demais disciplinas da educação básica, se a sua experiência resultar na melhoria da qualidade do ensino estadual.
O I Seminário Estadual de Ensino de Filosofia e Sociologia teve, como objetivo geral,  dar continuidade à capacitação dos professores de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Ensino. Para tanto, promoveu-se o encontro dos professores destas disciplinas.
O evento propiciou a troca de experiências de ensino; o debate sobre o ensino de Filosofia e Sociologia no Brasil e em Santa Catarina; a socialização dos conteúdos desenvolvidos e as possibilidades destes serem ampliados com a utilização da Biblioteca Digital do Centro de Filosofia e Ciências Humanas – CFCH/UFSC; a discussão sobre grade curricular e conteúdos de ensino, gestão e democracia escolar, bem como a capacitação docente. Para dar continuidade a essas atividades, bem como promover o encontro dos professores dessas disciplinas na busca permanente do aperfeiçoamento didático e de conteúdo, foi assinado um convênio entre a UFSC e a SED/SC,  para a instalação do Laboratório de Ensino de Filosofia e Sociologia (LEFIS), com objetivo de reunir acervo sobre essas disciplinas e também de publicar cadernos e outros acervos de literatura  para o ensino médio.
De grande importância para este encontro foi o trabalho em grupos. Desencadeado por uma mesa coordenada pelo professor Paulo Hentz, representante da Secretaria da Educação, foram problematizados os seguintes temas: grade curricular e conteúdo de ensino; gestão e democracia escolar, e capacitação docente. A partir de então, reunidos em grupos (professores de Filosofia, professores de Sociologia e professores que trabalham com as duas disciplinas) deram continuidade à discussão, levantando propostas e sugestões  oriundas das suas práticas,  para posterior deliberação.
Levadas à plenária, foram amplamente discutidas, votadas e reunidas em um documento final, cujo teor revela, além de sonhos e aspirações profissionais destes professores, práticas voltadas para uma educação compartilhada entre pares e apoiadas por políticas públicas que viabilizem as condições concretas de tais práticas.
Alcançar estes objetivos não seria de todo impossível, uma vez que, nas falas dos representantes do poder público que participaram da sessão de abertura do evento, transpareceram as intenções e até mesmo o compromisso de valorizar a prática e formação do docente e de viabilizar atitudes que incentivem ainda mais o trabalho dos professores das disciplinas de Filosofia e Sociologia. Neste sentido, pontuamos a criação do LEFIS, bem como a eqüidade possível entre as outras disciplinas que constituem os currículos escolares.
Salientamos, ainda, a importância deste encontro, até então inédito nos quadros dos profissionais da educação em âmbito estadual, fato reconhecido pelos participantes. Em relação a isso, foi unânime,  entre os mesmos, a necessidade de se organizar novos eventos para dar seqüência às discussões desencadeadas, visto que este encontro, com a carga horária de 20 horas,  serviu para impulsionar discussões que, longe de se esgotarem, apenas tiveram início.
A apresentação da Biblioteca Digital do CFCH/UFSC, a possibilidade de sua utilização pelos professores da Rede Estadual, paralelamente às atividades do LEFIS, além de possibilitar o entendimento dos desafios advindos da prática dos professores nas suas aulas, podem estimular a autonomia dos mesmos, para reconhecer a necessidade de investir, incessantemente, na própria formação.
Desta forma,  os novos encontros estão não só justificados, mas legitimados pelo reconhecimento da educação como uma prática social, cuja condução e responsabilidade na transmissão e apropriação do conhecimento não depende de voluntarismo, mas de acesso a condições econômicas, políticas, culturais, éticas e estéticas. Estas só podem ser alcançadas mediante políticas comprometidas com a educação pública e de qualidade, motivações que incentivaram os professores presentes neste evento e que estimulam para a realização de tantos outros.
O Seminário contou com uma Plenária Final. Após debates em pequenos grupos, foram sistematizados e relatados os resultados de toda a discussão,  com ênfases na grade curricular, no conteúdo de ensino, na gestão e democracia escolar, bem como na capacitação docente.
Grade Curricular
– Argumentar a importância da Filosofia e da Sociologia.
– Estabelecer a distribuição paritária e eqüitativa para todas as áreas do conhecimento e por disciplina.
– Incluir as duas disciplinas em todos os anos do Ensino Médio, com dois créditos cada.
– Incluir o ensino de Filosofia de 5a a 8a séries do Ensino Fundamental.
– Grade Curricular anual;
– Grade Curricular padronizada em toda a Rede Pública de Educação de Santa Catarina, para que haja democracia, valorização das disciplinas e profissionais, garantindo continuidade do Currículo Escolar;
Conteúdo do Ensino Médio
– O conteúdo de ensino deve estar fundamentado na Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina;
– Definir conteúdos programáticos por série, baseados em elaboração por encontros de professores da área e da rede pública de Santa Catarina;
– Elaborar, sistematizar e dar continuidade aos conteúdos contidos na Proposta Curricular de Santa Catarina, bem como sua conseqüente aplicabilidade em salas de aula.
– Propor novos encontros, com a finalidade de elaborar e sistematizar conteúdos programáticos;
– Produzir materiais didáticos (livros, textos, vídeos ,etc.) para distribuir e disponibilizar aos professores da Rede Pública de Educação,  de Santa Catarina;
– Garantir manutenção constante e permanente das tecnologias de todas as Unidades Escolares;
– Para trabalhar a metodologia de ensino, antes é necessário pensar um planejamento de ensino unificado. Sugerimos aos profissionais de cada GEREI que se reúnam, o mais breve possível, para um dia de trabalho com esse fim e, posteriormente, façam reunião estadual;
– A carga horária para pesquisa e produção de textos deve ser orientada pelo LEFIS e LASTRO/UFSC;
Há a necessidade de livros clássicos, dicionários de filosofia e de sociologia, bem como de um Laboratório.

III – LEFIS
O Laboratório Interdisciplinar do Ensino de Filosofia e Sociologia – LEFIS –  inicia suas atividades em março de 2004, quando será inaugurado em sede física na Escola de Educação Básica Simão José Hess, avenida Madre Benvenuta, 463 –  Trindade/Florianópolis. Contará, como quadro permanente, com um professor de Sociologia, um professor de Filosofia e, inicialmente, um bolsista de cada área. Além dos recursos humanos, seu orçamento aprovado e executado  para 2003 foi de R$ 50.000,00 para compra de material, acervo bibliográfico e computadores que integrarão a rede de  alta velocidade, tendo uma página na Internet com portal para o ensino de Filosofia, um portal para o ensino de Sociologia e o acesso à biblioteca digital do CFH, com conteúdo de pesquisa para as áreas citadas. Para 2004, esperamos uma ampliação destes recursos, para o desenvolvimento de suas atividades.
É importante aqui reproduzir alguns pontos que fundamentam a proposta do LEFIS: frente aos aspectos destrutivos, ambientais e sociais, que parecem marcar várias dimensões das relações societárias no sistema-mundo, tanto em países centrais como em países periféricos, a procura pela Filosofia e pela Sociologia é uma tendência crescente; é como se as pessoas buscassem orientação para fazer ou refazer laços sociais com significações mais humanitárias, justas e participativas. A busca de outros constituintes, subjetivos e societais, permeia a educação e as definições de práticas profissionais.
O Brasil e o Estado de Santa Catarina, com suas constituições históricas próprias, não estão fora desse reconhecimento. Talvez até mais acentuadamente, porque a democracia, cujas instituições têm sua representação social abalada pela violência e pela desigualdade distributiva, ainda é uma aprendizagem.
É exatamente neste ponto – aprendizagem – que a responsabilidade das gestões públicas com políticas educacionais que valorizem as humanidades, sem prejuízo das artes aplicadas, torna-se um fator mobilizador e ativo na formação de uma outra perspectiva cultural (filosófica, sociológica, política e profissional). Em Santa Catarina, a decisão recente da obrigatoriedade das disciplinas de Filosofia e Sociologia, o Ensino Médio, é a oportunidade para o desenvolvimento dessa vontade educacional. A presença dessas disciplinas, se melhor definida e ampliada, qualificará a intervenção. Isso se realizará com programas permanentes de capacitação dos professores, numa inter-relação com a participação criativa dos mesmos e melhoria das condições objetivas de trabalho.
Assim, a proposta aqui apresentada caminha na direção de uma perspectiva nova, construída em conjunto com os professores que estão na prática do ensino dessas disciplinas na Rede Estadual de Ensino, com a UFSC e a Secretaria da Educação e Inovação, como uma política sustentável que considere o conjunto de pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. Além da UFSC, durante o processo de consolidação do Laboratório, a UDESC, bem como outras universidades do Estado que oferecem  cursos de graduação em ciências humanas, deverão ser envolvidas.
A materialização da proposta é a criação do LABORATÓRIO INTERDISCIPLINAR DE ENSINO DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA (LEFIS).
Mais do que um espaço físico, é um espaço relacional para professores da universidade e do ensino médio, bem como alunos, em atividades de ensino, de formação, de promoção de eventos e elaboração pedagógica e didática. É um ponto de apoio e de referência interdisciplinar, que poderá ter âmbito de ação estadualizado, a partir de Florianópolis, servindo  de base para uma mobilização pela valorização das humanidades. Com o LEFIS, é possível vislumbrar um futuro promissor. Este abre a perspectiva  de ser ampliado, congregando, assim, outras disciplinas das ciências humanas, tais como: Geografia, História, Psicologia, Antropologia, etc. A sua potencialidade, como  um projeto piloto de Laboratório de Ensino, permitirá, também, num futuro próximo, através de convênios com outras instituições, inclusive com o Governo Federal – uma prioridade estabelecida no convênio RMAV (Rede Metropolitana de Alta Velocidade), popularmente conhecida como Internet 2 -, o aumento da velocidade da rede de internet que viabilize, em tempo real, o acesso a  vídeos que podem ser armazenados na Biblioteca Digital e disponibilizados em rede, nas salas de aulas de todas as escolas do Estado.
Objetivos
– Promover e realizar atividades de ensino, como cursos de capacitação e de atualização, através de projetos específicos de extensão;
– Possibilitar a participação dos alunos das licenciaturas em Filosofia e Ciências Sociais da UFSC, junto ao LEFIS, com o  intuito de desenvolver metodologias e produção de material didático, através das experiências concretas da Rede Estadual de Ensino.
– Realizar publicação de livros, cadernos de filosofia e sociologia de autoria de professores da rede estadual, de universidades e/ou de outros, com elaboração dirigida ao Ensino Médio;
– Promover eventos que possibilitem a participação de alunos do Sistema Estadual de Ensino e das licenciaturas em Filosofia e Ciências Sociais da UFSC, tais como seminários, oficinas e exposições;
– Possibilitar a participação de professores do Ensino Médio; em projetos de pesquisa pertinentes às suas atividades;
– Constituir um acervo bibliográfico para uso dos professores e alunos da rede estadual e de  alunos e professores de licenciaturas em Filosofia e Sociologia;
– Participar da Biblioteca Digital do CFH/UFSC, em rede eletrônica, e disponibilizar infra-estrutura adequada de acesso para atendimento às escolas em todo o Estado de Santa Catarina.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalmente, faz-se necessário destacar que o fortalecimento das humanidades como dimensão vital no ensino médio e universitário, se por um lado depende de iniciativas e projetos específicos como o aqui relatado, por outro lado, complementarmente, é imprescindível sua continuidade como política de Estado, para não se resumir ao episódico. Afinal,  trata-se de favorecer um outro ciclo histórico de superação do autoritarismo que negou a Filosofia e a Sociologia como saberes humanos a várias gerações. Sem esses saberes criticamente elaborados e transmitidos, certamente a barbárie social e ambiental nos distancia das transformações que se fazem necessárias.
Posto assim, a Sociologia e a Filosofia como saberes efetivamente fortalecidos no Ensino Médio, como política de Estado e como projeto de cultura universitária, é uma convergência que se faz como um compromisso urgente. As propostas estão aí  e os meios começam a ser encontrados para que os jovens estudantes secundaristas e os universitários tenham uma longa perspectiva de aprendizado e intervenção.
[1] É importante salientar que este primeiro encontro tinha como objetivo principal reunir os professores de Sociologia. Contudo, muitos dos presentes eram formados em Filosofia e ministravam as duas disciplinas nas Escolas Estaduais. Assim, a Filosofia já era introduzida no debate, para integrar-se em todas as discussões posteriores.