Nota sobre o dia internacional dos presos políticos

04/05/2011 16:04

La Coordi Noticias – LCN, 16/04/2011 

Em 17 de Abril comemora-se o Dia Internacional do Preso Político. A Coordenadoria pela Liberdade dos Presos Políticos nos enviou o documento unitário lido no ato realizado ontem em Buenos Aires, Argentina.  

A seguir difundimos o documento com a lista de organizadores do ato:

TEXTO DOCUMENTO CONJUNTO (FINAL)

Companheiros e companheiras, 17 de abril é comemorado o Dia Internacional do Preso Político. Para nós, que compartilhamos os ideais daqueles que combatem o imperialismo em qualquer parte do mundo, é uma data importante porque sabemos que na Argentina e em muitos outros países há prisões lotadas de presos e presas que, por razões políticas,  sofrem a privação da liberdade nos cárceres dos poderosos. 

Pelos vascos que lutam à décadas pela independência e o socialismo; pelos palestinos que estão a mais de 60 anos lutando para livrar-se do domínio sionista  por Israel; pelos paraguaios que viveram reprimidos pela ditadura stroessnerista e hoje são reprimidos pelo governo de Fernando Lugo; pelos chilenos que desafiam diariamente as políticas injustas dos governos do Concertación primeiro e do pinochetismo de Piñeira depois, e pelos companheiros Juan Manuel Aliste Veja, Freddy Fuentevilla e Marcelo Villaroel, detidos na Argentina e expulsos para Chile; pelos mapuches do Chile reprimidos e encarcerados por sua centenária luta pela terra e a igualdade de direitos;  pelas centenas de prisioneiros políticos peruanos que padecem nas cadeias; pelos milhares de lutadores populares e combatentes colombianos que no marco do conflito social e armado foram prisioneiros do governo de Uribe e são agora do Santos; pelos ativistas sociais e defensores dos direitos humanos reprimidos e encarcerados no Brasil; pelos cinco patriotas cubanos presos nos Estados Unidos; pelos haitianos que são castigados por lutar contra a ocupação de seu país. Pelos companheiros Mauricio Norambuena, Alfredo Canales e Maite Bellón, presos no Brasil. São apenas alguns exemplos, pois sabemos que existem muitos povos que seus lutadores são reprimidos, assassinados e encarcerados. 

Na Argentina, a companheira Karina Germano, filha de um desaparecido pela ditadura, está condenada à 30 anos e presa há nove, primeiro no Brasil e agora em nosso país, sem sequer receber o beneficio das saídas transitórias que  juridicamente lhe corresponde.  O fiscal Oscar Hermelo, envolvido na causa que está ocorrendo contra ela trabalhou para um grupo de tarefas da ESMA, e um dos juízes argentinos que teve a seu cargo a causa de Karina é Wagner Mitchell, acusado de participação na apropriação de menores durante a ditadura. Karina está presa no cárcere de Ezeiza.    

Roberto Martino, da FAR, foi encarcerado por razão de um protesto realizado em Buenos Aires contra os bombardeiros israelenses à Faixa de Gaza, e a pesar de não ter estado nem sequer presente no lugar dos fatos. Roberto está preso em Marcos Paz. 

Carlos Oliveira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção, preso em 2009 depois de uma assembléia numa obra de Lomas de Zamora, logo após um piquete do SINTRAIC fora atacado por uma quadrilha da UOCRA. Carlos está preso na carcere de Melchor Romero.    

Manuel Arias, militante da CTD Aníbal Verón e do Quebracho, foi detido durante uma feroz repressão que deixou numerosos feridos por causa de um protesto popular na estrada 34 de Salta. Manuel está preso numa delegacia de Tartagal.      

José Villalba, militante do FUTRADEyO, continua em prisão domiciliar por lutar pelos direitos do povo.

Alem dos prisioneiros, milhares de companheiros e companheiras são perseguidos e processados por resistirem às políticas do kirchnerismo, que incluem processar os protestos e perseguir à militância política e social que não se resigna à exploração e a indignidade à que são submetidos milhares de argentinos. 

Para isso, implementam as leis antiterroristas que impulsionaram os Estado Unidos e que foram sancionadas pelos distintos blocos parlamentares, incluindo o oficialista.

Hoje, dois companheiros do MPR Quebracho, Fernando Esteche e Raúl Lescano, estão condenados a longas penas de prisão e a ponto de serem encarcerados por terem repudiado na Ru o assassinato de Fuentealba e a presença do FMI na Argentina. 

A condenação desses companheiros é um insulto à memória do professor assassinado e às vitimas dos planos de ajuste que levou e leva adiante o FMI com cumplicidade dos governos de turno, neste caso, o de Cristina Fernández de Kirchner.

A prisão de nossos companheiros e as perseguições aos trabalhadores, estudantes, lutadores sociais e militantes no geral, é o resultado de uma decisão política tomada pelo governo kirchnerista que usa os direitos humanos como discurso de campanha e de cooptação de consciências, enquanto submerge na miséria a milhares de argentinos e reprime a quem opõem-se  à injustiça.

A seu lado, a oposição dos Duhalde, Macri, Carrió, de Narvaéz, Alfonsín, Cobos e tantos outros, não só compartilham essas políticas de exclusão e violência antipopular, como também exigem uma maior repressão. 

Com efeito, lhe dizemos que não aceitaremos em silencio semelhantes abusos, e continuaremos lutando contra as injustiças cotidianas do capitalismo que toma formas democráticas na aparência e ditatoriais nos fatos.   

Estamos unidos nesta defesa comum dos direitos do povo; estamos e estaremos unidos na rua exigindo a liberdade dos presos políticos e a anulação das condenações de Fernando Esteche, Raul Lescano, Karina Germano, e todos aqueles que sejam penalizados por lutar; resistiremos junto ao nosso povo contra os criminosos assassinos que regam com sangue os bairros populares e que são responsáveis de 100 desaparecidos na democracia, e mais de 3000 vitimas de morte por assassinato e a tortura; lutaremos pelo fim da impunidade para os responsáveis materiais e políticos das desaparições de Julio López e Luciano Arruga; para os responsáveis políticos e materiais das mortes de Mario Ferreyra, assassinado pela burocracia sindical em Barracas; Diego Bonefoi, Nicolás Carrasco e Sergio Cárdenas, que caíram pelas balas de policias e gendarmes no Bariloche; de Roberto López e Sixto Gómez, baleados pela policia de Formosa; de Bernardo Salgueiro, Rosemary Churapuña e Juan Castañares Quispe, assassinados pelas polícias federal e Metropolitana no Parque Indoamericano, a quem se somam à longa lista de mortos que carregam  sobre suas costas  a quem  enche a boca falando dos direitos humanos e de liberdade. 

*LIBERDADE AOS PRESOS POLÍTICOS DO CAMPO POPULAR*

*ANULAÇÃO DAS CONDENAÇÕES AOS ATIVISTAS*

*CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DO PROTESTO SOCIAL*

*BASTA DE CHACINAS E REPRESÃO CONTRA O POVO*

* REVOGAÇÃO  DE TODAS AS LEIS ANTITERRORISTAS*

*DD.HH. Paraguayos – DD.HH. Chilenos – Asociación Internacional de  Refugiados Solidaridad –  I.R.E. ( Instituto de Relaciones Ecuménicas )  Gremial de Abogados  – CADEP – Coordinadora por la Libertad de los Presos   Políticos  – Fundación de Investigación y Ayuda Legal Argentina ( FIDELA)   Grupo de Apoyo a Karina Germano López – CORREPI – Amigos y amigas del Pueblo  Vasco – Comisión por la Libertad de los Presos por Luchar, C.L.P.L.   Agrupación Hombre Nuevo – Comité por la Libertad de Martino  Confluencia  Político Social 29 de Mayo – Movimiento Teresa Rodriguez – Frente de  Trabajadores Combativos Movimiento 29 de Mayo, FTC M29  – Movimiento  Patriótico Revolucionario, QUEBRACHO – Frente Territorial 26 de Junio (  Movimiento de Desocupados Villa Golf – MTR Santucho  OLP  Resistencia  Popular– Agrupación María Claudia Falcone – CTD Anibal Verón)  América Mestiza – Comisión de Homenaje a los Combatientes Revolucionarios (  Militancia Guevarista – Partido Revolucionario Guevarista – OLNyS Fogoneros   Pris –  Movimiento Teresa Rodríguez – Partido Revolucionario de los Trabajadores  PRT – Militantes por la Revolución Socialista , Brazo  Libertario – Frente de Acción Revolucionaria  F.A.R – Trabajadores Ocupados  y Desocupados Unidos, T.O.D.U.  ) – Comité Argentino por la Libertad de los  Cinco –  Asambleas del Pueblo – Agrupación Monte – Pañuelos em  Rebeldía – Convocatoria  por la Liberación Nacional y Social – PRML – Frente de Estudiantes  Revolucionarios, FER – Convergencia Socialista, CS – Sindicato de  Trabajadores de la Construcción y Afines, SITRAIC – Federación de Entidades  Argentino  – Palestinas.- ADEMYS –  Semilla y memoria, Bloque Piquetero Nacional (MTR 12 de Abril, Union de Trabajadores en Lucha; Union de  Trabajadores por la Dignidad , Movimiento Brazo Libertario) – Liga  Socialista Revolucionaria –- FUTRADEyO – Movimiento 26 de Junio –*

Tradução: Allison Fittipaldi e Fernando Calheiros