Laboratório de Sociologia do Trabalho – LASTRO
  • Lançamento de livro

    Publicado em 15/07/2014 às 15:02

    Título: “Mercosul e globalização : dinâmicas e desafios da integração regional”

    Profs Drs. Marcos Antônio da Silva e Guillermo Alfredo Johson (Orgs).

    Editora da Universidade Federal da Grande Dourados – Dourados/MS, 2014

    Em 2011, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) completou duas décadas de existência. Este período pode ser observado pelos avanços obtidos pelo processo de integração regional e pelos limites e os desafios que dificultam sua consolidação e aprofundamento. Este livro realiza um balanço (ainda que parcial) destas duas décadas de existência do Mercosul, procurando entrelaçar duas dimensões. A primeira, estrutural, apresenta uma análise crítica sobre o contexto internacional acima mencionado e retoma elementos do pensamento crítico para refletir sobre os desafios da integração sob o impacto da globalização e seus efeitos. A segunda dimensão, temática e conjuntural, desenvolvida nos três últimos artigos que compõem este texto, refere-se à análise de alguns temas fundamentais da agenda do Mercosul.

    Acesso livro eletrônico: http://notes.ufsc.br/aplic/cfh.nsf/fc5c35577c67bab70325684200437902/35460b9ff18c10ae83257d1200779187?OpenDocument&Highlight=2,guillermo

     

     


  • Workers of the World n.º 4 disponível online

    Publicado em 10/03/2014 às 12:02

    O n. 4 do jornal da Associação Internacional para o Estudo das Greves e Conflitos Sociais, Workers of the World, está disponível online desde o início de Janeiro. Basta visitar a página da AIEGCS (http://workersoftheworldjournal.net/) e fazer o download gratuitamente. Conteúdo deste número:

    Gary Blank. The Centrality of Social Relations: E.P. Thomson’s Concept of Class and the Renewal of Historical Materialism

    Adrián Sotelo. Latin America: Dependency and Super-exploitation

    Ronaldo Munck. Globalization, trade unions and labour migration: old dilemmas, new opportunities

    Roberto Ceamanos. Working-class historiography in France, Italy and Spain: a comparative study (1939/1945-1982)

    Sjaak van der Velden. Was there a ‘Great labour unrest’ in the Netherlands?

    Lourenzo Fernandez, Dionísio Pereira, Andrés Domínguez. The Francoist persecution and repression of Galicians of Portuguese origin in Galicia (1936-1940) a transnational historical approach

    Marcos Schiavi. Politics in the Peronist unions (1946-1955)

    François Guinchard. The birth of an international anarcho-syndicalist current.

    Leiam e contribuam para a difusão deste conhecimento.


  • Revista EM DEBATE indexada no Portal de Periódicos CAPES

    Publicado em 26/02/2014 às 18:46

    Desde o final de janeiro Em Debate [ISSNe 1980-3532] já se encontra disponível para consulta e pesquisa no Portal de Periódicos da Capes, uma ferramenta fundamental para as atividades de ensino e pesquisa no Brasil pela Facilidade de acesso à informação científica (reúne em um único espaço virtual as melhores publicações do mundo); pelo Acesso a conhecimento atualizado (artigos, livros e patentes que acabaram de ser publicados nos EUA, Ásia e Europa podem ser recuperados em tempo real); pela Democratização do acesso à informação  (portal de bibliotecas com a maior capilaridade do mundo, cobrindo todo território brasileiro) e pela Inserção internacional do conhecimento científico (acesso direto à produção de autores, periódicos e sociedades internacionais mais conceituados da sua área).


  • Nota de falecimento da estudante Allisson Fitipaldi

    Publicado em 24/02/2014 às 10:56

    O LASTRO lamenta o falecimento da estudante de Ciências Sociais e bolsista do Laboratório Allisson Gabrielle Fitipaldi Suarez, ocorrido sábado 22/02. Ela foi sepultada domingo 23/02 no Cemitério do Rio Vermelho, em Florianópolis.
    Allisson cativou a quem com ela pode partilhar espaços acadêmicos por seu elevado senso de responsabilidade e dedicação nos estudos, pesquisas e trabalhos administrativos.
    Além de estudante, Allisson era participante do Portal Desacato e da Cooperativa de Produção em Comunicação e Cultura.
    O LASTRO manifesta seu pesar e solidariedade a familiares e amigos.


  • Projeto sobre a Memória Política de Santa Catarina

    Publicado em 12/12/2013 às 18:50

    Concebido em parceria com a Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado (Alesc) e coordenado pelo Prof. Jacques Mick, o projeto intitulado “Memória política de Santa Catarina” objetiva produzir e disponibilizar a professores e estudantes de nível médio material didático de qualidade para o ensino da história política de Santa Catarina, em ambiente virtual de aprendizagem a ser lançado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2014. Tal projeto foi contemplado com financiamento pelo CNPq. Para inteiro teor Acesse Aqui


  • Editoria Em Debate convida para os lançamentos 2013

    Publicado em 05/12/2013 às 11:06

    A Editoria Em Debate, vinculada ao Laboratório de Sociologia do Trabalho (LASTRO) – UFSC – e demais núcleos, professores, técnicos pesquisadores e estudantes dos programas parceiros, convida para os lançamentos 2013:
    – 8 livros (vide imagens)
    – Revista Em Debate n. 8
    – Galeria Virtual III
    Local e data: 10 de dezembro de 2013, terça-feira, 19:00 no auditório do CFH.
    Trata-se de um esforço coletivo de abrir o conhecimento e a linguagem artística como expressões críticas, para tod@s, aberta e gratuitamente como compromisso da universidade pública e autônoma e de seus autores.
    Sejam bem vindos.
    Editores


  • O Estado e a educação na perspectiva da classe trabalhadora

    Publicado em 12/11/2013 às 17:04

    Por FERNANDO PONTE DE SOUSA

    Doutor em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
    Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

     

    Neste artigo, destacam-se alguns autores que questionam a categoria trabalho como centralidade e outros que criticam tal posição, nesta direção, procura-se situar outra abrangência para o debate. Trata-se de sugerir que, sem considerar o caráter histórico-cultural, o trabalho, como princípio positivo, torna-se uma idealização inclusive como princípio educativo reivindica a perspectiva da classe trabalhadora. Ou seja, se não se considera seu conceito como criação de valor, a emancipação formativa reduz-se ao plano da consciência, perde sua ontologia. Nesse âmbito, a centralidade política do capital é a substância do que parece ser a retomada da centralidade do trabalho. O seu real antagonismo é colocar o Estado e a educação sob outra centralidade, a teoria revolucionária como princípio educativo orientador.

    Para inteiro teor ACESSE AQUI


  • Trabalho Escravo: Nota pública do GPTEC sobre a PEC 57A/1999

    Publicado em 07/11/2013 às 14:18

    O Grupo de Pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo – GPTEC, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reuniu 43 pesquisadores de universidades e instituições nacionais e internacionais, professores e estudantes de diferentes áreas do conhecimento no decorrer da 6ª Reunião Científica sobre Trabalho Escravo Contemporâneo e Questões Correlatas, entre 29 a 31 de outubro de 2013, na cidade do Rio de Janeiro.

    Preocupados com a tramitação de projeto de lei que regulamentará a Proposta de Emenda Constitucional 57A/1999, que prevê a expropriação de propriedades urbanas e rurais onde for flagrada a prática de trabalho escravo, os participantes da Reunião manifestam sua divergência quanto à alteração no conceito trabalho escravo contemporâneo. O projeto não prevê que a expropriação ocorra se forem encontradas condições degradantes ou jornada exaustiva na qualificação do trabalho executado. Isso vai de encontro ao que prevê o artigo 149 do Código Penal. A retirada desses termos da regulamentação da PEC resultará em retrocesso nas conquistas do Estado Brasileiro no que tange ao combate a essa forma de escravidão.

    A experiência brasileira de combate ao Trabalho Escravo tem sido citada como referência internacionalmente através de diversas pesquisas acadêmicas e através da mídia, e é reconhecida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

    O grupo entende ser desnecessária a proposta de redefinição do conceito de trabalho escravo trazida pela regulamentação, pois este já se encontra no artigo 149, do Código Penal, como foi reconhecido pela maioria do Excelso Supremo Tribunal Federal, em mais de um julgamento (Inquéritos 2.131 e 3.412).

    Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2013.


  • Black Blocs: A origem da tática que causa polêmica na esquerda

    Publicado em 11/10/2013 às 12:33

    BLACK BLOCS, LIÇÕES DO PASSADO, DESAFIOS DO FUTURO

    Por BRUNO FIUZA

    Jornalista, historiador e mestrando em História Econômica na Universidade de São Paulo

    Uma das grandes novidades que as manifestações de junho de 2013 introduziram no panorama político brasileiro foi a dimensão e a popularidade que a tática black bloc ganhou no país. Repito: dimensão e popularidade – pois, ao contrário do que muita gente pensa, esta não foi a primeira vez que grupos se organizaram desta forma no Brasil, e muito menos no mundo. Aliás, uma das questões que mais saltam aos olhos no debate sobre os black blocs no Brasil é a impressionante falta de disposição dos críticos em se informar sobre essa tática militante que existe há mais de 30 anos. É claro que ninguém que conhecia a história da tática black bloc quando ela começou a ganhar popularidade no Brasil esperava que os setores dominantes da sociedade nacional tivessem algum conhecimento sobre o assunto.
    Surgida no seio de uma vertente alternativa da esquerda europeia no início da década de 1980, a tática black bloc permaneceu muito pouco conhecida fora do Velho Continente até o fim do século XX. Foi só com a formação de um black bloc durante as manifestações contra a OMC em Seattle, em 1999, que as máscaras pretas ganharam as manchetes da imprensa mundial. Natural, portanto, que muita gente ache que a tática tenha surgido com o chamado “movimento antiglobalização” e tenha se baseado, desde o início, na destruição dos símbolos do capitalismo. O que realmente assusta é a ignorância e a falta de disposição de se informar sobre o assunto demonstradas por certos expoentes e segmentos da esquerda tradicional brasileira. O desconhecimento e a falta de informação levaram grandes representantes do pensamento crítico brasileiro ao extremo de qualificar a tática black bloc de “fascista”.
    Ao se expressarem nesses termos, esses grandes lutadores, que merecem todo o respeito pelas inúmeras contribuições que deram à organização da classe trabalhadora no Brasil ao longo de suas vidas, caíram na armadilha de reproduzir o discurso da classe dominante diante de toda forma de contestação da ordem vigente que não pode ser imediatamente enquadrada em categorias e rótulos familiares.
    Ao não compreenderem a novidade do fenômeno tentaram enquadrá-lo à força em esquemas conhecidos.

    FETICHIZAÇÃO

    Essa incompreensão aparece, de cara, na própria linguagem usada tanto pela mídia conservadora quanto por certos setores da esquerda tradicional para se referir à tática black bloc.
    Em primeiro lugar, usam um artigo definido e letras maiúsculas para se referir ao objeto, como se “o Black Bloc” fosse uma organização estável, articulada a partir de algum obscuro comando central e que pressupusesse algum tipo de filiação permanente. Ora, tratar um black bloc desta forma seria o mesmo que tratar uma greve, um piquete ou uma panfletagem como um movimento. Talvez a melhor forma de começar a desfazer os mal-entendidos sobre os black blocs seja combater a fetichização do termo. Como chegou ao Brasil por influência da experiência americana, essa tática manteve por aqui seu nome em inglês, mas não é preciso muito esforço para traduzir a expressão.
    Por mais redundante e bobo que possa parecer, nunca é demais lembrar que um “black bloc” (assim, com artigo indefinido e em letras minúsculas) é um “bloco negro”, ou seja: um grupo de militantes que optam por se vestir de negro e cobrir o rosto com máscaras da mesma cor para evitar serem identificados e perseguidos pelas forças da repressão. Fazer isso não significa se filiar a uma determinada organização ou movimento. Da mesma forma que operários que decidem fazer um piquete para impedir a entrada de outros trabalhadores em uma fábrica em greve não deixam de fazer parte de seus respectivos sindicatos para ingressar em uma misteriosa sociedade secreta.
    Eles apenas optaram por uma determinada tática de luta. É exatamente o que fazem os militantes que decidem formar um bloco negro (leia-se, “black bloc”) durante uma manifestação.
    Não há dúvida de que a opção pelo anonimato e a disposição para o enfrentamento com a polícia são peculiaridades que diferenciam profundamente o bloco negro de outras táticas, mas nem por isso a opção por esse tipo de ação dá margem para confundi-la com um movimento.
    Aí entramos em um segundo ponto fundamental para a discussão da tática black bloc: seus métodos. De cara, é preciso esclarecer que os próprios métodos dos black blocs mudaram ao longo do tempo e por isso é fundamental conhecer o contexto histórico, político e social em que nasceu e se desenvolveu essa tática.

    A ORIGEM

    Os primeiros black blocs surgiram na então Alemanha Ocidental, no início dos anos 1980, no seio do movimento autonomista daquele país.
    Como o movimento autonomista europeu é muito pouco conhecido no Brasil (para não dizer completamente desconhecido), quem quiser se informar melhor sobre o assunto pode recorrer a um ótimo livro sobre o tema escrito pelo militante e sociólogo americano George Katsiaficas: “The Subversion of Politics – European Autonomous Social Movements and the Decolonization of Everyday Life”, disponível para download no site do autor (http://www.eroseffect.com).
    Surgido a partir da experiência da autonomia operária na Itália dos anos 1970, o autonomismo se espalhou pela Europa ao longo das décadas de 1970 e 1980.
    Um dos países onde o movimento mais se desenvolveu foi na Alemanha. Fiel ao espírito revolucionário original do marxismo, mas renegando o fetiche pelo poder das burocracias sindicais e partidárias, o autonomismo se desenvolveu como um conjunto de experimentos sociais organizados por setores que optaram por se manter à margem do modo de vida dominante imposto pelo capitalismo e criar focos de sociabilidade alternativos no seio das próprias sociedades capitalistas, mas pautados por valores e práticas opostos aos dominantes.
    Na Alemanha Ocidental, o movimento autonomista surgiu no fim dos anos 1970, quando grupos começaram a organizar ações diretas contra a construção de usinas nucleares no interior do país por meio da criação de acampamentos nos terrenos onde as centrais seriam erguidas.
    O mais famoso deles foi a República Livre de Wendland, um acampamento criado em maio de 1980 na cidade de Gorleben, na região de Wendland, no norte da Alemanha, onde estava prevista a construção de uma usina nuclear. Enquanto os acampamentos antinucleares surgiam no interior da Alemanha Ocidental, em grandes cidades, como Berlim e Hamburgo, grupos de jovens e excluídos começaram a ocupar imóveis vazios e transformá-los em moradias coletivas e centros sociais autônomos. Assim nasceram os primeiros squats alemães, inspirados pela experiência de grupos que já faziam isso havia anos na Holanda e na Inglaterra.
    A mobilização contra a construção de usinas nucleares no interior e as ocupações urbanas nas grandes cidades se tornaram os dois pilares do movimento autonomista alemão.
    Para os envolvidos nesses processos, a criação de espaços autônomos era uma forma de questionamento da ordem capitalista na prática, por meio da criação, no interior da própria sociedade capitalista, de pequenas ilhas onde vigoravam relações sociais opostas às vigentes no entorno dominante. Obviamente, quando acampamentos e squats começaram a proliferar pelo país, o governo da República Federal Alemã se deu conta de que era preciso cortar pela raiz aquela agitação social.
    Em 1980, lançou uma grande ofensiva policial contra acampamentos antinucleares e squats em diferentes partes do país. A República Livre de Wendland foi desarticulada em junho, e os squats de Berlim sofreram um violento ataque policial em dezembro. Diante da ofensiva policial, os militantes alemães se organizaram para resistir à repressão e proteger seus espaços de autonomia. Desse esforço nasceu a tática black bloc. Durante a manifestação de Primeiro de Maio de 1980, em Frankfurt, um grupo de militantes autonomistas desfilou com o corpo e o rosto cobertos de preto, usando capacetes e outros equipamentos de proteção para se defender dos ataques da polícia. Por causa do visual do grupo, a imprensa alemã o batizou de “Schwarzer Block” (“Bloco Negro”, em alemão). Desse momento em diante, a presença de blocos negros se tornou um elemento constante nas ações dos autonomistas alemães, e sua função original era a de servir de força de autodefesa contra os ataques policiais às ocupações e outros espaços autônomos.
    Um relato em alemão sobre o surgimento dos black blocs pode ser encontrado no seguinte endereço: http://www.trend.infopartisan.net/trd0605/t370605.html.

    O CAMINHO PARA SEATTLE

    Da Alemanha, a tática se difundiu pelo resto da Europa, e, no fim dos anos 1980, chegou aos Estados Unidos, onde o primeiro bloco negro foi organizado em 1988, para protestar contra os esquadrões da morte que o governo americano financiava em El Salvador.
    Uma ótima fonte sobre a história dos black blocs nos Estados Unidos é o livro “The Black Bloc Papers”, editado por David Van Deusen e Xavier Massot e disponível para download em http://www.infoshop.org/amp/bgp/BlackBlockPapers2.pdf.
    Ao longo dos anos 1990, outros black blocs se organizaram nos Estados Unidos, mas a tática permaneceu praticamente desconhecida do grande público até que um bloco negro se organizou para participar das manifestações contra a OMC em Seattle em novembro de 1999. Graças à ação desse black bloc, a tática ganhou as páginas dos grandes jornais no mundo inteiro, principalmente porque, a partir de Seattle, os black blocs passaram a realizar ataques seletivos contra símbolos do capitalismo global.
    A mudança se explica pelo contexto em que se formou o black bloc de Seattle. A década de 1990 foi a era de ouro das marcas globais, quando os logos das grandes empresas se transformaram na verdadeira língua franca da globalização. Nesse contexto, o ataque a uma loja do McDonald’s ou da Gap tinha um efeito simbólico importante, de mostrar que aqueles ícones não eram tão poderosos e onipresentes assim, de que por trás da fachada divertida e amigável da publicidade corporativa havia um mundo de exploração e violência materializado naqueles logos. Ou seja: o black bloc de Seattle inaugurou uma dimensão de violência simbólica que marcaria profundamente a tática a partir de então. Daquele momento em diante, os black blocs, até então um instrumento basicamente de defesa contra a repressão policial, tornaram-se também uma forma de ataque – mas um ataque simbólico contra os significados ocultos por trás dos símbolos de um capitalismo que se pretendia universal, benevolente e todo-poderoso. Foi nesse contexto que a tática chegou ao Brasil.

    OS PRIMEIROS BLACK BLOCS NO BRASIL

    Os acontecimentos de Seattle levaram grupos de militantes brasileiros a se articular em coletivos para construir no país o movimento de resistência mundial à globalização neoliberal. Assim surgiram os núcleos brasileiros da Ação Global dos Povos, uma rede de movimentos sociais surgida em 1998 que criou os Dias de Ação Global, articulações mundiais para organizar protestos simultâneos em várias partes do planeta contra as reuniões das instituições internacionais que sustentavam a globalização neoliberal.
    O primeiro Dia de Ação Global que contou com ações no Brasil foi 26 de setembro de 2000, marcado contra a reunião do FMI em Praga. Neste dia, em São Paulo, um grupo de manifestantes atacou o prédio da Bovespa, o que gerou confronto entre policiais e ativistas. Na época, o incidente não ganhou destaque na imprensa e o termo “black bloc” não foi mencionado, mas a lógica da ação desses militantes, em sua maioria ligados ao movimento anarcopunk de São Paulo, seguia a lógica da tática black bloc.
    O segundo Dia de Ação Global que contou com atos no Brasil foi 20 de abril de 2001. Em São Paulo, foi organizada uma manifestação na Avenida Paulista como parte dos protestos convocados em todo o mundo contra a Cúpula das Américas, reunião realizada na cidade de Quebec, no Canadá, na qual líderes dos países do continente discutiram a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Esta foi a primeira vez que uma manifestação contra a globalização neoliberal realizada no Brasil ganhou as manchetes da imprensa nacional.
    Em São Paulo, um grupo entre os manifestantes adotou a mesma tática do black bloc de Seattle, em 1999, e atacou símbolos capitalistas na Avenida Paulista, como uma loja do McDonald´s. Mais uma vez, a imprensa nacional não fez referência ao termo “black bloc”, mas a tática utilizada na Paulista foi claramente a dos blocos negros. O curioso é que a mesma edição de 21 de abril de 2001 da Folha de São Paulo que noticia o protesto na Paulista traz uma matéria do enviado do jornal ao Canadá sobre o “bloco de preto” que atuou em Quebec.

    O DEBATE SOBRE A VIOLÊNCIA

    Mas se nessa época a imprensa brasileira não usava o termo “black bloc” na cobertura dos protestos no país, ele já era bem conhecido da mídia internacional, principalmente da europeia e da norte-americana. E ganhou ainda mais projeção durante as manifestações contra a reunião do G8 realizada em Gênova, na Itália, em julho de 2001.
    O Dia de Ação Global marcado para 20 de julho de 2001 foi a maior mobilização do gênero até então e nesse dia as ruas de Gênova foram tomadas por mais de 300 mil pessoas, entre as quais marchou o maior black bloc organizado até então. O grau de confronto com a polícia atingiu um novo patamar e um jovem italiano que fazia parte daquele black bloc, chamado Carlo Giuliani, foi morto pela repressão com um tiro na cabeça. Gênova marcou um divisor de águas para a tática black bloc e para o chamado “movimento antiglobalização” como um todo.
    Assim como acontece hoje no Brasil, o debate sobre o uso da violência nas manifestações – mesmo que apenas contra lojas e outros objetos inanimados – criou uma divisão entre ativistas “violentos” e “pacíficos” que contribuiu muito para a desmobilização do movimento como um todo dali para frente.
    A semelhança do debate sobre o black bloc na época e agora é impressionante.
    Quem quiser conhecer um pouco das discussões e das respostas de adeptos da tática black bloc na época pode encontrar uma boa seleção de textos de ativistas reunidos na coletânea “Urgência das ruas – Black block, Reclaim the Streets e os Dias de Ação Global”, organizada por um anônimo que se identifica como Ned Ludd (referência a um dos líderes do Movimento Ludita na Inglaterra do século XIX) e publicada no Brasil pela editora Conrad.
    Com o fim dos grandes protestos contra a globalização neoliberal, o debate sobre os black blocs saiu das manchetes da grande imprensa internacional e brasileira. A tática continuaria a ser adotada em manifestações na Europa e nos Estados Unidos nos anos seguintes, e militantes libertários no Brasil certamente sabiam muito bem o que eram os black blocs, mas o tema nunca repercutiu fora dos meios militantes. E assim foi até que começaram as manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô convocadas pelo Movimento Passe Livre em junho de 2013.

    AS MANIFESTAÇÕES DE JUNHO

    Assim como os black blocs, o MPL estava longe de ser uma novidade no Brasil, mas, pela primeira vez, ambos começaram a ganhar um protagonismo inédito conforme as manifestações cresciam. Até o dia 13 de junho, aquela era uma mobilização muito parecida com as que o MPL vinha organizando desde 2004. Era um movimento restrito a um núcleo militante que reunia ativistas do próprio MPL, integrantes de partidos e coletivos libertários – alguns dos quais formaram black blocs durante os atos.
    A violência policial contra a marcha do dia 13 de junho em São Paulo, no entanto, mudou tudo. Os ataques contra jornalistas e jovens da classe média e da elite indignaram uma parcela da população normalmente avessa à militância política. O choque diante da brutalidade da PM de São Paulo e a simpatia por uma causa que se tornou quase uma unanimidade – barrar o aumento das tarifas do transporte público na cidade – “levaram o Facebook para a rua”, para usar a feliz expressão que o jornalista Leonardo Sakamoto usou para definir a marcha de 17 de junho.
    De repente, centenas de milhares de brasileiros se deram conta de que podiam, de alguma forma, usar as ruas para expressar sua insatisfação com algum aspecto da política brasileira.
    Em um desses raros momentos da história nacional, o cidadão comum percebeu que a política não é propriedade privada dos políticos profissionais, e se deu conta de que ela se faz no dia a dia, na rua, em vários lugares. De vez em quando, até no Congresso.
    As manifestações de 17 de junho abriram a caixa de Pandora, e gente de absolutamente todas as tendências políticas foi para a rua. Por um breve momento, a elite mais reacionária marchou ao lado do militante mais revolucionário. Mas em algum momento a contradição teria de aparecer.

    AS CONTRADIÇÕES DE JUNHO

    A partir de agora, minhas observações se restringem ao que aconteceu na cidade de São Paulo, pois foi o único lugar onde acompanhei as manifestações in loco, e não acho que os movimentos nas várias partes do Brasil possam ser analisados sob uma única perspectiva. Em cada cidade ou região teve especificidades que não sou capaz de avaliar. Quem esteve na Paulista no dia 18 de junho já podia farejar, de certa forma, o que aconteceria no dia 20. Aquilo era a Revolução Francesa. As reivindicações mais contraditórias conviviam nos cartazes empunhados por grupos sociais muito diferentes entre si, muitos deles antagônicos. O pessoal das bandeiras verde-amarelas e dos slogans moralistas era claramente uma elite que tinha pouco ou nada a ver com os anarquistas e trotskistas que circulavam com palavras de ordem anticapitalistas.
    A direita, a extrema-direita e a extrema-esquerda já estavam ali. Faltava a esquerda moderada, dos partidos no poder. E, quando ela apareceu, a bomba-relógio explodiu.
    Pode-se acusar o PT de muitas coisas por ter convocado sua militância a ir para a Paulista no dia 20 de junho, mas uma coisa é certa: aqueles militantes tinham todo o direito de estar lá.
    O problema é: vai explicar isso para a elite raivosa que, estimulada pelas mobilizações, passou a expor em praça pública seu ódio pelo PT…
    Olhando em retrospecto, o ataque fascista aos militantes partidários no dia 20 de junho parece um desdobramento natural do que vinha acontecendo: com a revogação do aumento das tarifas, a única bandeira que unificava aquela multidão de opostos deixou de existir.
    Sem o elemento unificador, apareceram as profundas contradições que já existiam entre os inúmeros grupos que saíram às ruas.
    A elite queria a cabeça do governo do PT, a extrema-esquerda queria a revolução social, e, espremida entre os dois extremos, sobrou para a esquerda moderada o papel de defender o status quo, sobrou para a esquerda moderada a posição conservadora – no mais literal sentido da palavra.
    Os meses seguintes só vieram confirmar a tendência que apareceu pela primeira vez no 20 de junho em São Paulo.
    A grande mobilização que prometia unificar todos os setores da esquerda para responder ao ataque fascista virou um ato dominado pelas centrais sindicais e seus militantes profissionais, no dia 11 de julho, que foi incapaz de atrair o cidadão comum que saíra às ruas em junho.
    As convocatórias da direita contra a corrupção se tornaram pequenos atos isolados, dissipando o medo de alguns militantes da esquerda de que as manifestações de junho pudessem abrir caminho para uma escalada fascista.
    Por fim, a extrema-esquerda se deu conta de que o mar humano que saiu às ruas em junho não era tão anticapitalista assim, e passou a organizar também seus atos isolados.
    Essas três tendências ficaram claras nas manifestações do 7 de setembro em São Paulo.
    Pela manhã, marcharam os movimentos sociais ligados à esquerda moderada, que, em sua maioria, continuam defendendo o governo do PT.
    À tarde, duas convocatórias distintas dividiram o vão livre do Masp: de um lado, um grupo formado pela elite de direita e extrema-direita, que era, supostamente, contra todos os partidos, mas que destilava seu ódio de classe contra o PT; do outro, um black bloc que também se dizia contra todos os partidos, mas que mirava prioritariamente no governo Alckmin, do PSDB.

    OS BLACK BLOCS NO BRASIL DE HOJE

    Isso nos traz de volta ao nosso tema central: os black blocs. Aqui é preciso abrir um pequeno parêntese para falar do Rio de Janeiro, pois este foi o único lugar em que os protestos de fato continuaram com força depois da revogação do aumento das passagens. Acontece que, além da tarifa, lá havia outra bandeira que unificava o movimento: a oposição ao governador Sérgio Cabral. E talvez seja por isso mesmo que lá os black blocs tenham se tornado mais fortes e atuado de forma mais coerente. Vale lembrar que o movimento contra Sérgio Cabral girou em torno de uma ocupação urbana – o acampamento montado em frente à residência do governador – e, não por acaso, os black blocs cariocas desempenharam um importante papel de autodefesa do movimento contra a repressão policial. Ou seja: justamente no momento em que caiu na boca do povo no Brasil, a tática black bloc estava voltando às origens, atuando como uma organização popular de defesa dos movimentos sociais.
    Na minha opinião, a situação no Rio ajuda a explicar porque em São Paulo os black blocs nunca chegaram a contar com o apoio que tiveram na capital fluminense.
    Em São Paulo, a partir do fim de julho os black blocs se formaram como uma força isolada, inicialmente em solidariedade aos cariocas, e depois lançando uma campanha contra o governador paulista, Geraldo Alckmin. Ao se voltar contra Alckmin, os black blocs paulistas poderiam se articular com a esquerda moderada, por terem um inimigo comum, mas a incompreensão mútua impossibilitou a aproximação. E aqui chegamos ao x da questão: a desconfiança mútua entre duas culturas militantes distintas, mas que compartilham muitos objetivos, está acabando com as possibilidades de aproveitar a incrível energia social gerada pelas manifestações de junho para construir novos espaços de debate e mobilização que poderiam abrir perspectivas inéditas de ação política no Brasil.
    Não se trata aqui de querer apagar as diferenças entre a cultura de militância partidária – baseada na hierarquia, na centralização e na estabilidade – e a cultura libertária que está na base da tática black bloc – horizontal, descentralizada e instável – mas de propor que, apesar de suas diferenças, estes dois setores podem trabalhar juntos em prol de causas que os unem.

    POR UMA ASSEMBLEIA DAS RUAS

    O ponto de partida para essa aproximação é o diálogo aberto entre as partes, reconhecendo as diferenças e os equívocos de parte a parte, mas buscando achar formas de cooperação que respeitem as especificidades de cada um. Os momentos em que os black blocs foram mais fortes foram justamente aqueles em que atuaram no seio de movimentos mais amplos, que englobavam grupos com táticas muito diferentes, todos lutando por causas comuns. E esta é, na minha opinião, uma das fraquezas dos black blocs hoje (pelo menos em São Paulo): uma certa fetichização da tática, tomando a formação de blocos negros como um fim em si mesmo.
    Olhando para a história dos black blocs, me parece que os melhores momentos dessa tática foram quando ela serviu de instrumento para um movimento mais amplo.
    E esses momentos foram marcados por avaliações de que tipo de ações serviam mais aos fins buscados.
    Por exemplo: a condenação, a priori, da destruição de propriedade privada corporativa me parece absurda por parte de qualquer um que sonhe com uma sociedade mais igualitária.
    No entanto, cabe questionar, sim, se essa tática é a mais acertada em um determinado momento da luta.
    O ataque contra símbolos das grandes corporações globais promovido pelo black bloc de Seattle fazia todo sentido no seio de um grande movimento que desafiava, justamente, o poder dessas grandes corporações.
    Mas será que o simples ataque a agências bancárias e concessionárias de carros de luxo faz sentido em mobilizações que não passam de algumas centenas de pessoas sem uma bandeira clara, em uma São Paulo cuja população tende a repudiar esse tipo de ação? Para que serve essa ação?
    Os black blocs têm força social suficiente para sustentar uma mobilização sem buscar apoio de outros setores? Na minha opinião, a resposta para todas essas perguntas, hoje, é “não”.
    Por outro lado, as organizações tradicionais da esquerda, como partidos e sindicatos, claramente não estão conseguindo se sintonizar com as pessoas que saíram às ruas em junho justamente por insistirem em restringir suas mobilizações aos seus próprios quadros, olhando com desconfiança para qualquer um que não seja filiado a uma organização formal.
    Ao fazerem isso, reproduzem no nível da rua a mesma lógica de quem está no poder: a ideia de que a política é um assunto para iniciados e especialistas, da qual só podem participar aqueles devidamente credenciados por organizações estabelecidas, sejam elas partidos, sindicatos ou movimentos sociais.
    Ora, foi justamente isso que levou as pessoas às ruas em junho: a revolta contra o distanciamento entre aqueles que formulam a política e aqueles que apenas sofrem suas consequências.
    Os gritos histéricos de “sem partido” podiam ter uma conotação fascista em alguns casos, mas eles também expressavam esse mal-estar profundo de uma política que se vê como cada vez mais autônoma do resto da população. O grito de junho foi, acima de tudo, um grito contra o autismo da política institucional no Brasil – e nesse autismo se incluem absolutamente todos os partidos com alguma representação parlamentar (com exceção, talvez, do PSOL, cujos militantes estavam nas ruas desde o começo). Foi um grito contra o abismo que existe entre a política institucional e o cidadão comum, criado por políticos profissionais (de todos os partidos) que colocam o jogo da politicagem acima da defesa de bandeiras concretas de interesse da população. Nesse sentido, mesmo o combate à corrupção, que em geral tem um viés claramente conservador, se torna parte de uma crítica mais ampla a um sistema representativo que, cada vez mais, é ditado apenas pelos interesses dos representantes, e não dos representados.
    Ao insistir em mobilizações restritas aos iniciados, as organizações tradicionais da esquerda reproduzem a barreira que afasta o cidadão comum da política, e por isso são hostilizadas por aqueles que se sentem excluídos da política. Os black blocs, por outro lado, oferecem justamente o contrário: a possibilidade de qualquer cidadão participar da mobilização política sem necessidade de filiação prévia.
    Enquanto partidos e sindicatos são vistos como uma porta fechada para os não iniciados, os black blocs são vistos como uma porta aberta para a política. Disso decorre, em grande parte, a atração que vem exercendo sobre muitos jovens que estão saindo às ruas pela primeira vez na vida. Muitas vezes essa distinção leva alguns a se apegarem a um fetiche que opõe “velhas” e “novas” formas de organização, como se fossem irreconciliáveis.
    A pergunta mais importante hoje, na minha opinião, é: seria possível romper com essa visão binária e criar espaços onde as diferentes lógicas pudessem dialogar?
    Acredito sinceramente que sim. Até porque isso já aconteceu no passado.
    Em Gênova, por exemplo, o black bloc optou por marchar ao lado dos Comitês de Base (Cobas) dos sindicatos italianos; na Alemanha, os black blocs muitas vezes marcharam ao lado dos sindicados no Primeiro de Maio; e, aqui mesmo no Brasil, lembro perfeitamente de militantes do PSTU que participavam das reuniões da Ação Global dos Povos para a organização dos atos em São Paulo. Ou seja: o que nos falta são espaços de articulação que abram espaço para o diálogo entre culturas militantes distintas, mas que compartilham certos objetivos.
    O que nos falta é um fórum de lutas, uma assembleia das ruas. Um espaço assim, que não fosse controlado por nenhuma organização, mas que estivesse aberto aos militantes de qualquer organização e a quem não é filiado a nenhuma delas, poderia servir de convite à participação dos não iniciados e agregar a experiência dos iniciados, abrindo a possibilidade de diminuir a desconfiança mútua e abrir caminho para uma cooperação entre grupos que adotam táticas distintas, mas que podem ser complementares.
    Outra condição fundamental para que um espaço assim pudesse florescer é que não se pautasse pela lógica eleitoral.
    Uma das razões do desgaste da política institucional no Brasil (e em várias outras partes do mundo) é a necessidade de reduzir todas as discussões ao calendário eleitoral.
    Uma verdadeira assembleia das ruas seria um espaço de discussão e formulação de um projeto popular para a cidade, para o estado e para o país, que articulasse seus integrantes em torno de bandeiras comuns, mas que não se colocasse a serviço de campanhas eleitorais de A,B ou C. Um espaço que pudesse se tornar um poder constituinte da multidão, definindo o que o povo quer do seu governo. Caberia ao governo de turno, a partir daí, lidar com essas demandas. Os zapatistas, no México, já nos forneceram um modelo desse tipo de organização ao lançarem, em 2006, sua “Outra campanha”, uma mobilização nacional que pretendia ir além do calendário eleitoral e formular um verdadeiro projeto popular independente das ambições dos partidos da ordem.
    É claro que em um espaço como esse a participação de militantes partidários e sindicais seria mais do que bem vinda, mas sempre como indivíduos, e não como representantes de suas organizações, o que exigiria daqueles mais acostumados com as formas tradicionais de militância um esforço para abrir mão da ambição de ditar a linha política a ser seguida por todos os participantes dessa articulação.
    Por outro lado, exigiria dos adeptos da tática black bloc um esforço para coordenar suas ações com as dos demais grupos, muitas vezes se abstendo de realizar ataques ao patrimônio público e privado quando esse tipo de ação puder comprometer outros grupos que adotam táticas distintas. Acredito, sinceramente, que a criação de um espaço plural como este poderia diminuir o fosso entre a “velha” e a “nova” esquerda e abrir novas e estimulantes perspectivas para a luta popular no Brasil. Mas, para isso, seria preciso um exercício de compreensão mútua que fosse além dos preconceitos e buscasse aprender a respeitar a diferença e a diversidade, vendo nela não uma fraqueza, mas uma força do movimento.

    FONTE: Blog Viomundo. Disponível em: http://www.viomundo.com.br/politica/black-blocs-a-origem-da-tatica-que-causa-polemica-na-esquerda.html

    Acesso em: 11 out 2013


  • Publicado número 8 da Revista EM DEBATE

    Publicado em 27/09/2013 às 17:11

    Em Debate acaba de publicar seu último número em https://periodicos.ufsc.br/index.php/emdebate.
    Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e itens de interesse.
    Solicitamos a gentileza de replicarem em suas redes de contatos e lembramos aos autores que a revista recebe submissões em fluxo contínuo.

    José Carlos Mendonça
    Editor-assistente

    Em Debate n. 8 (2012): 2º semestre 2012
    Sumário
    https://periodicos.ufsc.br/index.php/emdebate/issue/view/1915

    ——–
    Editorial (1-4)
    Giuliano Saneh

    Artigos
    ——–
    Trabalho produtivo e trabalho improdutivo nas “Teorias da Mais-Valia” de Karl Marx (5-22)
    Artur Bispo dos Santos Neto

    As alternativas de construção de “um outro mundo possível”: Movimentos Sociais, Estado e/ou Classe Trabalhadora? (23-37)
    Wolney Roberto Carvalho e Samya Campana

    Lumpemproletarização juvenil e contestação social na Grande Buenos Aires (38-53)
    Lisandro Rodrigues Braga

    O partido político em Florestan Fernandes (54-68)
    Michel Goulart da Silva

    Anarquismo, poder, classe e transformação social (69-89)
    Felipe Corrêa

    Rede e-Tec  Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica ou  Expansão do Neoliberalismo? (90-109)
    Renata Luiza Costa

    Apontamentos teórico-metodológicos para o estudo de instituições escolares: a especificidade da Escola Militar (110-125)
    Marcus Fernandes Marcusso

    As interpretações da metamorfose do PT  a partir da esquerda brasileira (126-147)
    Henrique Cignachi

    Resenhas
    ——–
    Sobre a Integração e Cidadania Europeias (148-150)
    Rogerio Duarte Fernandes dos Passos

    Normas para publicações
    ——–
    Instruções para autores
    José Mendonça